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FRATURAS E FARSAS DA DEMENCRACIA BRAZUCA
Nasci em 1984, no ABC Paulista, mas na época eu era bebê demais para me dar conta do fuzuê que acontecia no Brasil: um país eletrizado pelo movimento cívico das Diretas Já tentava enterrar 20 anos de ditadura empresarial-militar, em um contexto político marcado pela ascensão de novas forças políticas devotadas à renovação de nossa sociedade, com destaque para os agitos propulsionados pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Todo este contexto foi brilhantemente retratado por documentários como Chão de Fábrica, Linha de Montagem e Nada Será como Antes. Nada? de Renato Tapajós – e ganhou também bela expressão em Depois da Chuva, um dos filmes mais notáveis da nova safra do cinema nacional que intenciona fazer confluir o fictício e o documental, rompendo com este binarismo caduco.
Cada vez mais os artistas da 7ª arte percebem que não deve haver barreiras ou obstáculos separando ficção de documentário – em filmes como Casa Grande (de Fellipe Gamarano Barbosa) e Deslembro (de Flávia Castro), também vemos os dilemas de personagens jovens e fictícios tendo que lidar com desafios sócio-históricos reais, seja a nova realidade educacional trazida pelas ações afirmativas e pelas políticas de inclusão universitária da era petista, seja o drama do exílio a que foram empurradas muitas famílias de “esquerda” no Brasil dos “anos de chumbo”…
No ano de 2013, quando ocorreu a irrupção das Jornadas de Junho, o cinema brasileiro realizou um excelente híbrido de ficção e documentário: “Depois da Chuva” (95 min), de Marília Hughes e Cláudio Marques. Um interessante retrato de jovens de Salvador envolvidos com os dilemas da politização estudantil, da construção de uma Nova República e da invenção prática de uma produção cultural subversiva-alternativa. O filme oferece ensejos importantes para debates públicos – inclusive nas escolas e universidades – sobre a juventude daquela que foi apelidada “década perdida”.
Hoje, 36 anos depois, olho para meu ano de nascença e vejo que o país estava atravessado pela contradição insolúvel, e que hoje ainda existe, entre os fanáticos pela conservação de privilégios e injustiças estruturais, de um lado, e os setores da sociedade que arregaçam mangas e põe mãos na massa em prol da renovação radical da sociedade. Depois da Chuva é um dos melhores retratos fílmicos desta época (1985-1984), vista a partir das vidas de jovens baianos inconformados, salutarmente mau-adaptados aos descalabros da ditadura-em-agonia que era então pilotada por Figueiredo, supostamente na direção de uma abertura lenta e gradual…
Em retrospecto, hoje podemos enxergar 1984 com um ano de lutas cidadãs potentes, principalmente focadas na demanda por voto direto e participação social expandida, contra a mordaça e o autoritarismo. Mas estes movimentos tiveram suas reivindicações principais destroçadas pelo real: o antro de conservadorismo que é o Congresso Nacional levantou um dedo médio pra mobilização das Diretas e o ano de 1985 traz todo um senso de fracasso na redemocratização autêntica do país após 2 décadas de atrocidades militaristas e uma economia de subserviência ao capital estrangeiro.
Esta redemocratização seria uma conquista desafiadora, trabalhosa, infindável – abalada com a morte de Tancredo Neves (eleito de maneira indireta e que nem chegou a ser empossado presidente), que culmina com a ascensão de seu vice, o arenista José Sarney, com o adiamento das eleições presidenciais autenticamente diretas para 1989 (quando um golpe midiático global ajudaria Fernando Collor a vencer Lula no segundo turno).
É possível comemorar uma plena vitória sobre a tirania dos milicos e seus gorilas, apesar da grande conquista civilizatória que foi a Constituinte, quando permanecemos sob o domínio de velhos homens brancos e ricos? Quando a alienação em massa prosseguiu sendo imposta por oligopólios midiáticos como a Rede Globo que tanto lucrou com a ditadura financiada e apoiada pelos Yankees?
Havia realmente algo a comemorar na conjuntura de finais dos anos 1980, com a dívida externa explodindo, a inflação descontrolada e a farsa construída de uma “renovação” que não passou da obscena transferência de poder entre o velho escrotão Sarney e o novo escrotinho Collor? Ia continuar chovendo sobre nossas caveiras, pelos anos 1980 e 1990 afora, um indigesto temporal de velharias – como cantou Cazuza, “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades…”. Mas Caio é fã mesmo de Garotos Podres…
No começo do filme, os três amigos são descritos como uma pequena gangue de delinquentes juvenis – mas os crimes são leves: eles roubam alguns livros num sebo com uma armação bem primária; a moça, com um vinil do Cólera em mãos, pede ao atendente da livraria que grave o disco numa fita K7; enquanto isto, seus dois comparsas enfiam na mochila alguns livros de interesse que provavelmente a mesada não chega para parar. Eles são os realizados do programa radiofônico pirata Inimigo do Rei, que traz a fina flor do anarquismo punk a uma audiência que imagino ser de uma dúzia de gatos pingados…
Como destacou a Revista Fórum, o protagonista Caio “rejeita as ideias de democracia representativa”, que “identifica como uma farsa” – segundo o co-diretor Cláudio Marques – “em 2013, quando já tínhamos filmado, vieram as grandes manifestações de junho. Ali, percebemos que a insatisfação que sentíamos era algo partilhado por boa parte da nação.”
O protagonista Caio flerta o tempo todo com o anarquismo. Sua primeira frase no filme, diante de uma discussão acerca da eleição iminente para o grêmio estudantil, que a escola deseja que seja indireta, é: “votem nulo e não me matem de tédio!”. Defende o voto nulo, mas acaba topando se candidatar à presidência do grêmio, ainda que tenha sérias dificuldades de convívio com alguns comparsas de chapa – em especial o filhinho-de-papai-empresário, que quer ser o secretário de finanças e manifesta desejo de levantar uma grana a partir de sua posição…
Caio adora ouvir a música dos Dead Kennedys e realiza um verdadeiro rito de iniciação de seus colegas à música hardcore de Jello Biafra e cia. E na feira de artes da escola, enquanto uns retomam um banquinho e um violão para requentar a marmita já clichê do protesto à la Geraldo Vandré, com a milionésima versão de “Para Não Dizer Que Não Falei de Flores”, nosso inconformado adolescente evoca o proto-punk dos New York Dolls e bota a balbúrdia no palco – para horror da professora – com a banda inteira em drag e fazendo um barulho da porra. Dissonância, desafino e desafio aos papéis hegemônicos de gênero eletrizam uma molecada que parece ter mais voracidade por bagunça do que por beleza.
A vibe do filme, quando este se encerra, é decerto melancólica, quase desesperada – e não faltam interpretações psicanalíticas, um tanto clichês, que atribuem a depressão de Caio à ausência da figura paterna. Não gosto da explicação, que tende a atribuir ao indivíduo e à família o único lócus do problema, quando é a própria situação sócio-política e histórica que incide sobre o psíquico dos personagens: Caio termina o filme, diante da TV, vendo o velório de Tancredo (Sérgio Sampaio um dia cantou: “nosso amor morreu tão cedo / durou o tempo exato da agonia do Tancredo”), impactado pelo suicídio de seu amigo e colaborador n’O Inimigo do Rei.
O suicida, em suas últimas frases a Caio, revelou sua raiva contra aqueles que “dão asas só para cortar depois” – numa evocação de Ícaro e de sua queda. O suicida, antes de se tacar da janela do 5º andar, revela sua absoluta descrença na possibilidade dos jovens mudarem o mundo e atribuí a crença juvenil nisto a uma ingenuidade construída por discursos falsificadores. Este jovem desistente, que tentou pôr a boca no trombone, na rádio pirata, no show punk, com seus amigos inconformados da escola, é um emblema de uma derrota.
O “sinal fechado para nós que somos jovens”, da canção de Belchior, continuava lá, fechadíssimo, no momento onde o cadáver de um velho político era enterrado para que assumisse a presidência um morto-vivo chamado Sarney. Depois da Chuva não vende ilusões nem nos dá o docinho barato de um final feliz – mas nos quer fazer saborear o gosto amargo do desespero, somado à uma injeção de indignação e de revolta que os personagens principais puderam encarnar na telona.
Um dos elementos mais interessantes do filme é a construção de sua trilha sonora, avessa a qualquer clichê sobre a baianidade ou o tropicalismo, construída a partir de uma abordagem que eu chamaria de tosco-vanguardística – estes outsiders da juventude soteropolitana, que nasceram e cresceram na ditadura, querem expressar algo cheio de dissonância e de feiúra, como fazem na versão musicada do poema de Fernando Pessoa em que ele se mostra farto de semi-deuses e desejoso de uma arte feita por quem já levou da vida muita porrada.
Em Depois da Chuva, é a própria história que desde a porrada, que destrói ilusões, que conduz da folia das Diretas Já ao pesadelo de Sarney (e depois Collor) – e é no pleno desespero de ser minúsculo diante desta História maiúscula e esmagadora que esta juventude vai abrindo caminhos de ativismo político e de criação cultural, ou vai se demitindo de qualquer esperança de dias melhores ao estatelar-se no chão de concreto de um establishment político gerontocrático e especialista em chutar jovens para as margens da participação e com mordaças na boca. Estes jovens nos contam de uma “redemocratização” fajuta, que não foi folia mas sim mais um punhado de “páginas infelizes de nossa História hoje desbotadas na memória”.
“Num tempo/ Página infeliz da nossa história/ Passagem desbotada na memória/ Das nossas novas gerações/ Dormia/ A nossa pátria mãe tão distraída/ Sem perceber que era subtraída/ Em tenebrosas transações…” (Chico Buarque)
Eduardo Carli de Moraes
A Casa de Vidro, 18/02/2021
Link: https://acasadevidro.com/depoisdachuva/
Premiações | ||
Festival de Cinema de Brasília 2013: vencedor do Troféu Candango para Melhor Ator (Pedro Maia), Melhor Roteiro (Cláudio Marques) e melhor trilha sonora. Harlem International Film Festival 2014: -vencedor do prêmio de melhor filme internacional |
Os cineastas Cláudio Marques e Marília Hugues. Eles também são os realizadores dos longa-metragens “Guerra de Algodão” (Netflix, 2018) e “A Cidade do Futuro” (2016). Realizaram também o longa documental “Sobradinho” (2020) e vários curtas.
Carlos A. Mattos pontuou: “Na televisão Tancredo Neves conclama os jovens à tarefa cívica de ajudar seus pais a cuidar do país. Num colégio de Salvador, os adolescentes se dividem entre a defesa de um socialismo libertário com tintas anarquistas e a catarse desrepressora dos baseados, do rock e dos shows transformistas. Estamos em 1984, no alvorecer da Nova República, época em que a estudantada ainda cantava Vandré, rodava seus panfletos e fanzines em mimeógrafo, e criava rádios piratas para expressar sua inconformidade com a democracia meia-bomba que se instalava no país.
Depois da Chuva, concorrente baiano na competição de longas de ficção no Festival de Brasília, é uma encarnação perspicaz de um momento raramente abordado no cinema brasileiro pela perspectiva do ativismo estudantil. No centro do furacão está o menino Caio (Pedro Maia), personagem bertolucciano até a medula. Ressentindo-se da ausência do pai, morando com uma mãe com quem não tem diálogo, ele deriva entre o tédio, a doçura e uma revolta surda que o leva a ser ameaçado de expulsão da escola. À sua maneira, vai se tornar uma liderança capaz de contestar outro líder mais engajado.
Os diretores Cláudio Marques e Marília Hughes criam uma narrativa lacunar, mas que se organiza principalmente na deambulação de Caio. Os encontros dele com uma protonamorada (Sophia Corral) são particularmente encantadores, com diálogos juvenis muito plausíveis e uma química notável entre os dois ótimos atores. Em outros momentos, a direção não obtém a mesma fluidez, sobretudo quando parece optar por uma desdramatização um pouco forçada.
De alguma maneira, Depois da Chuva dialoga não só com os filmes “jovens” de Bertolucci, Assayas e Ken Loach, como também com a realidade brasileira atual, quando mais uma vez a juventude se questiona sobre o seu papel numa democracia que não atende a alguns de seus mais fortes anseios. Não se trata de comparar 1984 com a atualidade, claro, mas de identificar um impulso semelhante, que tem a ver tanto com o prazer de viver quanto com o desejo de participação social.”
Já na Cinética, em seu artigo Depois da Derrota, Victor Guimarães escreveu: Imagens televisivas – já combalidas pela ação do tempo – nos mostram um comício da campanha das Diretas Já, em 1984. A velha canção de Geraldo Vandré soa pela enésima vez, entre gritos de euforia. O plano seguinte nos transporta diretamente para uma reunião entre estudantes secundaristas de um colégio soteropolitano, que tentam decidir se aceitam ou não a proposta – feita pela direção da escola – de eleições indiretas para o grêmio. A câmera percorre os rostos em volta da mesa, percebe cada nuance das expressões adolescentes (entre a esperança e a dúvida). No fundo da sala, notamos um menino de cabelos desgrenhados, que assiste a tudo com uma sisuda feição de desagrado. “Votem nulo. E não me matem de tédio”, diz ele, encerrando a sequência. O enredo que acompanharemos a seguir é centrado na figura desse garoto, Caio (Pedro Maia), um jovem artista e ativista político que se move entre os conflitos com o conservadorismo da escola, a atuação em um pequeno grupo anarquista e o início de uma paixão vivida em companhia da colega Fernanda (Sophia Corral).
O recorte historiográfico e o universo ficcional de Depois da Chuva, por incrível que pareça a esta altura, tem algo de absolutamente singular. Se o cinema brasileiro filma à exaustão – quase sempre, muito mal – o romantismo político dos anos de chumbo ou as intrigas ambientadas na época da repressão, o olhar para o período imediatamente posterior ao fim da ditadura é raro. Mais rara ainda é a escolha por filmar justamente essa estranha sensação de ressaca de uma longa noite de bebedeira inexistente, as conseqüências – para uma juventude que crescia durante o regime e não viveu a militância – da espera interminável por um desfecho consentido pelos militares e assumido pelos políticos profissionais de ocasião. O fabuloso elenco do filme vive um grupo de jovens às margens da euforia televisiva reinante, na contramão de uma esperança – cada vez mais perceptivelmente fajuta – por uma transformação da sociedade pelas vias oficiais. Os personagens da canção profética de Belchior continuaram a viver como seus pais, mas também tiveram filhos – e são eles que ensaiam novos sonhos, vivem novas angústias.
Que um filme brasileiro recoloque em questão, de maneira tão frontal, a história e a identidade nacionais, é algo que surpreende e anima, sobretudo em tempos em que um gesto como esse parece tão mais urgente. Que esse filme venha das mãos de Marília Hughes e Cláudio Marques, dois realizadores com um vasto repertório de escolhas arrojadas, já sedimentadas em uma trajetória impecável no curta-metragem, é um dado que faz com que os anseios aumentem anda mais. Depois de tanta expectativa, a primeira surpresa estética vem logo após as primeiras sequências: Depois da Chuva não será um completo experimento, mas um filme de encenação realista, baseado em um roteiro fortemente narrativo, preocupado em construir um arco dramático claro e perceptível. O barroquismo explosivo de Nego Fugido cede lugar a um trabalho minucioso de construção dramatúrgica, no qual a verossimilhança dos diálogos e das atuações adquire um papel fundamental.
Fazer com que essa escolha não se transforme em capitulação diante de um padrão estético hegemônico será uma tarefa que o filme assumirá desde o primeiro plano. Nesse sentido, a filiação a um conjunto de realizadores que continuaram o gesto moderno, sem nunca abandonar o realismo – Cassavettes, Pialat, Assayas ou Garrel –, é mais do que bem-vinda, e produz no filme uma incansável busca por soluções de mise en scène que se reinventam a cada sequência. Uma cena nunca é um receptáculo para um estilo pré-definido e constante, mas um desafio que demanda, a cada vez, um pensamento diferente do espaço, um novo modo de posicionar os corpos. Do salto abrupto de Fernanda para o fora-de-campo – em um dos primeiros encontros do casal protagonista – ao travelling para trás que sintetiza a derrota do líder do grupo; do conjunto notável de planos-sequência de intensidade hipnótica à secura que a distância da câmera e a montagem imprimem a um momento decisivo do filme (que lembra A Fronteira da Alvorada, de Garrel), os dois diretores – com a ajuda de um dos melhores fotógrafos do mundo, o inesgotável Ivo Lopes Araújo – afirmam um estilo múltiplo e potente, que consegue equilibrar a plasticidade dos enquadramentos e uma atenção dedicada ao vigoroso trabalho do elenco. A escolha por filmar em 16mm contribui para que essa estética ganhe ainda mais força, em planos sempre abertos à respiração dos atores na cena.
O diálogo com a música também materializa essa combinação alquímica entre narratividade e experimentação: se o punk rock dos anos 1980 é o que embala as caminhadas de Caio e Fernanda pela cidade – e ajuda a contar essa história –, o filme também se abre para a integridade das performances regadas a música concreta no casarão anarquista, preservadas em sua potência autônoma. O mais absoluto controle sobre a encenação não impede que o improviso atravesse a cena, que uma força muito intensa dos corpos se sedimente em cada plano.
Mas talvez o traço mais impressionante do filme resida em sua decisão de produzir um movimento francamente alegórico em um cenário cinematográfico tão hostil a esse tipo de iniciativa. Progressivamente, tanto a convocação das imagens de arquivo quanto o desenrolar da intriga não deixam dúvidas de que, se o filme reinterpreta – em chave atual – uma época bem específica (em uma ressignificação que transforma o otimismo da redemocratização em uma derrota profundamente melancólica), ele não deixa de remeter sempre a uma outra cena, de lançar um olhar decididamente crítico sobre o presente do país. Se há, por vezes, um excesso de didatismo nessa relação entre tempos (como na sequência posterior à eleição da escola), há também uma enérgica aposta anacrônica – e, por isso, verdadeiramente contemporânea – em um gesto que parecia enterrado entre nós desde os filmes do cinema novo e do cinema marginal que autorizavam a célebre leitura alegórica de Ismail Xavier.
Na grandiosidade das ruínas que servem de cenário à derradeira festa punk, na desilusão do líder anarquista (que, em uma última transmissão da rádio pirata, pergunta por alguém do outro lado), nas últimas imagens da televisão que, mesmo preservadas em sua integridade (e justamente por isso), lançam um poderoso espectro de desengano sobre o futuro, o esvaziamento pós-utópico de nossa época encontra um olhar inesperado. Filmar o suicídio de um anarquista em 1984 é uma das maneiras mais potentes de pensar o Brasil de 2013. Reconhecer uma dor esquecida e mergulhar na densidade de uma derrota tão brutal é o primeiro vislumbre possível de um porvir.”
Publicado em: 18/02/21
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
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